sábado, 25 de janeiro de 2014

Sombras alheias


Foca-se num olhar distante do mundo, enquanto se mantém envolvida nos pensamentos. Bem de manhã, por entre toda a confusão dos cobertores, gosta de fazê-lo e de experimentar o distanciamento do real, como que numa tentativa de chegar ao desconhecido. Adora a ideia. Aliás, adora tudo o que lhe soa a um confortante mistério, tudo que a motiva a duvidar, a pensar, a sonhar até. 
Um sonho misterioso faz-lhe acelerar o coração, assim como um brilho incompreendido de um olhar. Duvida. Quer entender o mundo enquanto foge às sombras dos olhares alheios. Oh, odeia-os. Odeia todos aqueles olhares cheios de más intenções, cheios de ódio e maldade, cheios de nada. Vazio. Vazio é o que vai na alma daqueles que não sonham, daqueles que preferem trocar o brilho inocente e misterioso, o olhar desafiante sobre o mundo, por uns olhos insaciáveis de luxo, por um olhar que só vive de glórias resultantes da infelicidade dos outros. Porquê? 
Está cada vez mais desiludida com o mundo, com tudo aquilo a que eles chamam de vitorias, que não passam apenas de ''espezinhar'' o vizinho, o amigo, o colega. Onde estamos? Ou melhor... Para onde estamos a ir? Tem medo da resposta a ambas as perguntas, mas principalmente à segunda. Algo não está certo, quase nada está certo. Ah, tudo isto precisa de uma grande reviravolta, urgentemente.

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