quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Segredo de Mel 15#



Não conseguia entender porque raio aquela dor não desaparecia, porque é que sempre que algo a fazia lembrar voltava àquele tormento, se recordava daquele dia, da chuva, da lama, do carro, dele. 
- só quero apagar tudo isto da minha memória! - suspirou.
 Estava farta de condicionar a vida e de sempre que se lembrava desatar a chorar, ou conter as lágrimas mas em contrapartida desatar aos berros. Ninguém a compreendia. Sentia isso. Mas sabia também que era impossível ser compreendida se ninguém o sabia a não ser sua mãe. Assim ninguém a podia ajudar, mas também não queria ajuda. Para quê? O que iria mudar? Nada, não ia mudar nada. O passado estava lá, o dia estava marcado, a dor permanecia no peito e a sua alma continuava frágil. A diferença era que mais uma pessoa o sabia. ''Para quê? Saber por saber? Ninguém o saberá!''. Aliás prometera a si mesma à 10 anos que aquele segredo seria seu, somente seu, para sempre seu.
Mariana acabara de entrar no quarto e Mel estava agora junto da janela com Faísca.
- Melissa? Está tudo bem? - Disse Mariana cuidadosamente. Eram agora 7h da manhã. Todos tinham ido embora à cerca de 1h (mariana tinha andado aquele tempo todo a arrumar a casa) e tinham desejado as melhoras a Mel. Preocupavam-se com ela e sabiam que algo se passava para ter aquela reação. Não que eles tivessem razão, longe disso, mas de facto a reação fora um quanto exagerada, não pelo que disse, mas no tom que o proferiu. 
- Está tudo otimo! - Fingiu permanecendo voltada para a janela.
- Não sejas casmurra. Eu sei que não estás bem. Nunca na tua vida falarias assim se não se passasse algo. Conheço-te, lembraste? Somos quase como irmãs! - Respondeu.
- Se calhar não me conheces assim tão bem como julgas. Não sou só aquilo que sabes e que vês... Nunca fui.- Desabafou num tom triste.
- Então deixa-me saber mais do que aquilo que sei. Deixa-me ajudar-te! Não te quero assim.- Disse.
- Não insistas, por favor Mariana! Não quero falar sobre isso... Por favor... - Respondeu - agora de frente para ela e encostada ao parapeito - de voz tremula por entre grandes pausas, contendo as lágrimas.
- Oh, anda cá! - Aproximou-se dela e abraçou-a. e continuou - Seja o que for, nunca mais te vai voltar a fazer mal. Nunca vou deixar, entendes? Estou aqui.
Mel por entre soluços de choro agradeceu e soltou um sincero adoro-te! e como é claro Mariana  agora também lavada em lágrimas retribui a sinceridade e respondeu - eu também te adoro!

3 comentários:

disse...

o meu natal correu bem, melhor do que aquilo que imaginava...! e o teu? espero que sim pequenina. e olha, és uma querida e deixas-me sempre contente com o que dizes. e sabes, acho que terias imenso jeito para escrever um romance. tens jeito para falas e personagens...! um beijinho:)

disse...

acho que és capaz e não apagues nada que escreves...! experimenta, acho que vai ficar maravilhoso:)

disse...

oh, fiquei muito feliz com o que disseste!:)