sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Segredo de Mel 11#


Mel acordou com uma carrada de pelo na cara.
- Oh FAISCA!! Sai de cima de mim! - gritou. Faisca manteve-se intacto como quem se sente ofendido. Ignorou-a e por isso foi obrigada a pegar nele e pô-lo de lado. Só que faísca não gostou muito de sair daquele local confortável suponho e furou para dentro dos lençóis chateado.
- Como queiras amuado ... - retorquiu.
Hoje acordou decidida, acontecesse o que acontecesse, a bem ou a mal ia arranjar um trabalho. Ah se ia. Levantou-se da cama  e deslocou-se para a casa de banho e mal olhou para o espelho viu que estava ridícula, tinha o cabelo todo despenteado, estava com uma cara que metia medo ao susto e por isso gracejou- Ah, assim não vais arranjar trabalho de certeza!
Mal acabou de se arranjar e parou a ver-se ao espelho comprido do quarto. Sentia-se estranha por estar assim arranjada. Um pouco desconfortável porque nem se lembrava da ultima vez que se vestira ''bem'' para alguma ocasião. Agora tinha que ser, mesmo que lhe custasse, e daí em diante se tivesse a sorte de arranjar o seu trabalho de sonho teria de ser assim. Infelizmente as pessoas dão demasiada importância a isso, e sabia que nas entrevistas de emprego que teria naquele dia a iam analisar cima abaixo minuciosamente antes de sequer fazer alguma pergunta importante. O mundo era assim, tinha de se acostumar.
Na primeira entrevista sentiu-se bastante intimidada com o olhar do homem, fazia grandes pausas entre as afirmações e fazia perguntas tão grandes e desnecessárias que se perdera a meio. Acho até que não percebia bem o que estava ali a fazer. A segunda entrevista fora a mais normal, era para uma empresa mediana e as perguntas eram mais ou menos as esperadas. Pareciam ter gostado dela. Por fim, a terceira entrevista. Bem, essa foi a que lhe provocou um nervoso miudinho, era mesmo ali que queria trabalhar. Claro que não estava muito iludida, mas havia um bichinho de esperança. A empresa era enorme, ocupava um edifício inteiro e achava até que aquilo era demasiado grandioso. Andava tudo incrivelmente arranjado, tudo atarefado mas bem disposto. Era um sonho. Um sonho tão grande que aquela espera de 5 minutos para entrar na sala pareceu horas de sofrimento e sem ar.
A entrevista correra bem, mas estava um quanto reticente. O olhar observador da mulher deixara-a bastante desconfortável. Não sabia se aquilo era bom ou mau. Fosse como fosse, só queria ficar numa delas. Não ia sonhar alto. Só precisava de um emprego.
Oh, qualquer um por favor, por favor!

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