sábado, 24 de agosto de 2013

Tanque de guerra


E caminho por entre caminhos aparentemente bonitos o tempo todo, com pessoas felizes que me parecem adorar, e todas elas sorriem para mim e eu sorrio em troca. Ah parecem tantas, parecem flores lindas, todas elas incríveis, todas elas verdadeiras, todas elas surreais ao mesmo tempo.
O mundo porém engana bem, as aparências iludem, e tudo o que nos parece um caminho bonito, pode ser um caminho cheio de buracos mal tapados, cheio de armadilhas cuidadosamente preparadas. Perceberás um dia que esse caminho não foi feito para o enfrentares como um tapete vermelho, mas como um tanque de guerra, ou vida, se assim preferires. Vais perceber que metade do que parecia fácil vai consumir-te a cabeça por dificuldade e que a outra metade que achavas difícil vai-te surpreender pela facilidade. Vais olhar mais tarde para toda aquela gente e vais dar conta que faltam imensas, que umas se foram embora porque quiseram e outras traíram a tua confiança, mentiram-te e tu fizeste questão que elas não ficassem.
Nada te vai parecer como anteriormente, já não vão parecer flores lindas, tanto as que foram como as que ficaram. As que foram passam a ser flores de espinhos e as que ficaram flores apenas. Flores apenas porque nunca saberás quem elas são, nem elas saberão o que tu és. Talvez sempre tenham sido todas surreais. Não saberás.
No final, não te vais arrepender de nada, nem das que foram, nem das que ficaram, nem das que estão para vir ainda, nem das que estão para ir também. Vais continuar a andar, mesmo sabendo que estás num tanque de guerra, e mesmo sabendo disso vais conseguir ver flores, vais conseguir ver sorrisos, vais conseguir sorrir.

7 comentários:

Cláudia S. Reis disse...

Que verdade! Que grande verdade.

Raquel disse...

Tão tão lindo.

aros disse...

Tanta coisa dita em tão pouco espaço, uau.

Rute Neves disse...

muito muito obrigada minha querida <3 o teu blog é lindo.

Anónimo disse...

Já o fiz. Obrigada.
Gostei muito.

Rute Neves disse...

obrigada minha querida, mesmo!

Claudina disse...

Adorei o texto!