sexta-feira, 22 de março de 2013

Tu e o chocolate V #


De cada vez que descobres uma parte dela, ela sente-se desprotegida tal e qual como uma daquelas estátuas de rua. Daquelas que estão sujeitas ao sol, à chuva, ao vento, à poluição, a dia quentes e a dias frios, a pessoas boas e más, a conversas alegres e tristes, a diálogos e a discussões, a quase tudo, se é que não é mesmo tudo...
E quando a descobres, um friozinho percorre-lhe a barriga, acompanhado por um arrepio que percorre toda a espinha e que se difunde no batimento descontrolado do seu coração e se expressa num ligeiro sorriso no seu rosto. Mas tu não reparas, e ela não quer que o repares... Não precisas. Bem, acho que outrora o consideraria mau, corroeria-se de medo por dentro durante dias e dias a fio, eu sei. Muito provavelmente sentiria-se tão mal que nem os olhos conseguiria levantar do chão, hesitaria antes falar, não conseguiria adormecer e achar-se-ia ''fora de si''. Mas por alguma razão, hoje tal não acontece. É, talvez tu tenhas tornado tudo alegre e colorido, no que era o seu mundo triste e melancólico. Acho que revelaste uma versão única de que os sentidos nunca outrora foram capazes de despertar nela. Talvez a tenhas conquistado como ninguém conquistou, cuidado como nunca ninguém cuidou, ou talvez apenas a tenho ensinado a amar. E é por isso que ela tanto se espanta...
Oh, tu conhece-la melhor que ninguém, melhor até que a a ela própria, e sabe bem disso mesmo negando-o, simplesmente não o consegue admitir porque ainda a surpreende demasiado. Porque quando não tinha nada, tu deste-lhe tudo, ensinaste-lhe tudo, protegeste-a de tudo. E graças a ti, hoje a desproteção que sente quando a conheces é confortante, graças a ti sorri. ah e esse sorriso é somente teu.

1 comentário:

Tiz disse...

gosto muitoo <3